1. A vida não acaba com a morte.
A morte não significa o fim da vida, mas somente uma passagem para uma outra vida: a espiritual.
2. Os problemas não acabam com a morte.
Eles são provas ou expiações, que nos possibilitam a evolução espiritual, quando os enfrentamos com coragem e serenidade. Quem acredita estar escapando dos problemas pela porta do suicídio está somente adiando a situação.
3. O sofrimento não acaba com a morte.
O suicídio só faz aumentar o sofrimento. Os espíritos de suicidas que puderam se comunicar conosco descrevem as dores terríveis que tiveram de sofrer, ao adentrar o Mundo Espiritual, devido ao rompimento abrupto dos liames entre o Espírito e o corpo. Para alguns suicidas o desligamento é tão difícil, que eles chegam a sentir seu corpo se decompondo. Além disso, há o remorso por ter transgredido gravemente a lei de Deus, perante a qual suicidar-se equivale a cometer um assassinato.
4. A morte não apaga nossas falhas.
A responsabilidade pelas faltas cometidas é inevitável e intransferível. Elas permanecem em nossa consciência até que a reparemos.
5. A Doutrina Espírita propicia esperança e consolação quando oferece a certeza da continuidade infinita da vida, que é tanto mais feliz quanto melhor suportamos as provas do presente.
Era manhã de sábado.
Tocou o telefone e alguém atendeu.
Uma voz masculina,
embargada pela emoção, a duras penas, começou o diálogo.
Desejava saber o que a
Doutrina Espírita tinha a dizer sobre o suicídio. Qual seria, segundo o
Espiritismo, a sorte daqueles que acabam com a própria vida.
Disse que estava com o
firme propósito de pôr fim à vida miserável que estava levando há cerca de dois
meses.
Salientou que sua
falência fora decretada em cidade distante noutro Estado do Brasil. E, para
fugir ao escândalo, mudou-se de cidade em busca de uma oportunidade, mas em
vão.
Agora, segundo
afirmava, desejava fugir definitivamente da vida, para resolver de vez por
todas seus tormentos.
Ouviu, da pessoa que o
atendeu, em rápidas palavras, a posição espírita sobre o suicídio.
Que é uma porta falsa
e que aqueles que a buscam na tentativa de acabar com os problemas somente os
agravam mais.
Que só se consegue
sair do corpo, sem sair da vida, que continua pulsante no além túmulo. Que só
quem nos colocou no mundo tem o direito de nos tirar dele. E que esse alguém é
Deus, nosso Pai Criador.
Ouviu, ainda, que a
sua falência só poderia ser decretada por ele mesmo, agora sim, através do
suicídio. Que homem algum poderia fazê-lo.
Que a falência
decretada fora a de sua empresa e que, seguramente, se continuasse a trabalhar
com disposição conseguiria reverter a situação.
Que Deus jamais nos
abandona, muito menos nas horas difíceis da nossa caminhada. Que todos nós, sem
exceção, temos um anjo guardião interessado em nossa vitória. Na vitória do
Espírito imortal sobre a matéria, sobre os vícios e equívocos.
O homem disse que
havia perdido tudo, que estava na miséria, que nada mais lhe restava.
E a voz do outro lado
da linha tornou à carga dizendo que a miséria verdadeira é a miséria moral. E
que somente poderemos assegurar que nada mais nos resta quando perdermos a
dignidade.
O mundo pode nos tirar
tudo, tudo o que temos, mas jamais nos tirará o que somos, jamais logrará
retirar conquistas verdadeiras como a dignidade. Somente se nós o permitirmos,
aceitando o convite da indignidade.
O homem refletiu um
pouco, falou que ainda lhe restavam os amigos e a sua casa, que estava em nome
dos pais, já falecidos. Resolveu, por fim, voltar à sua cidade e recomeçar
novamente.
* * *
Casos como esse que acabamos de narrar, são
uma constante na face da Terra.
Se você está
enfrentando problemas semelhantes, não deixe de levar em consideração as
orientações dos Espíritos Superiores.
Fuja do convite ao
suicídio como solução dos problemas.
O suicídio é um
terrível engano, por ser uma porta falsa.
Assim que a pessoa
realiza o ato do suicídio, percebe o precipício que se abre à sua frente.
* * *
De modo geral, são os
suicidas que mais sofrem após a morte.
É que quando chegam no
mundo espiritual se dão conta de que não lograram o intento, que era pôr fim à
vida.
Seguem vivendo e
percebem que aos problemas, dos quais desejavam fugir, outros se somam, pela
falta de fé em Deus e pela rebeldia.
Na morte natural os
laços que unem o Espírito ao corpo são desatados lentamente, enquanto que pelo
suicídio são violentamente rompidos, sem, contudo, permitir que o Espírito se
liberte.
Por esse motivo, não
nos deixemos tentar pelo convite ao suicídio. Nunca valerá a pena. Antes,
roguemos a Deus forças para suportar o fardo que carregamos.
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