JUVENTUDE E TOXICOMANIA


"Na área dos diversificados distúrbios que têm atingido considerável contingente de jovens, desprevenidos e carentes, deparamos com os tóxicos a infectarem vidas e vidas, achando graves maças de moços hebetados e inertes, sem encontrarem possibilidades de encetar qualquer reação corajosa e libertadora.
Inúmeros padecem os dramas íntimos de neuroses perturbadoras, a lhes provocar o anseio da fuga, pelos pântanos funestos da viciação.
Imenso grupo de desarvorados moços, atuados por processos de grotescas obsessões, acha-se sob o domínio das almas vingadoras, em razão das ações pretéritas, ou por ondas que se afinam como comportamento rebelde e doidivanas da atualidade, chafurdando-se nesses pauis das drogas.
Desafortunados outros companheiros da fase juvenil, em se tornando medianeiros dessas inteligências dedicadas ao mal, ao desajuste espiritual, tombam em estados de dissociação da personalidade, fazendo-se porta-vozes de distúrbios graves e de arruaças incontáveis, no que são execrados pela sociedade que os não entende, tampouco os aceita.
Magotes sem conta, inconscientes, desejosos de experimentar sensações novas e excitantes, hão-se entregue a despautérios miseráveis, dos quais tem enorme dificuldade de saída, quedando-se marcados por remorsos gigantescos, tantas vezes intentando contra a vida física, de modo direto, no bojo das alucinações em que se colocaram, enquanto variados outros são internados em complexas disfunções psiquiátricas, conduzindo o cérebro com lesões irreversíveis, perdendo de forma estúpida as inavaliáveis dádivas da reencarnação.

Jovem, não te olvides de que enquanto as sociedades colocam-se a desenvolver campanhas contra o ópio, a cocaína, a maconha, o crak e tantas substâncias psicotrópicas, esquecem-se de outras drogas de aceitação social, capazes de provocar os mais danosos efeitos, tão ou mais desastrosos. Refiro-me a aceitação dos alcoólicos, que encontram acesso a quase todas as famílias e em múltiplos contextos sociais, nos quais tu te poderias iniciar, pretextando avanço, status ou coisa da moda, virtude masculina ou charme e elegância feminina, ladeando a tolice dos fumos, que, nos salões sociais quanto em muitos lares, vão minando-te, gradativamente, tanto a saúde ética como a saúde moral, ao mesmo tempo em que já esfacela a saúde orgânica.
Avaliando quantos males te poderão causar o álcool e o fumo e os seus companheiros e afins de outras estruturas químicas, resguarda-te na vigilância para contigo mesmo.
Não te deixes embair pôr opiniões daqueles que já se acham chafurdados no vício, quando te quiserem arrojar nos mesmo desequilíbrios. Reage com a resposta da tua nobreza interior, tu que desejas manter autonomia sobre a tua própria vida.
Para ti, somente deverá ter valor aquilo que te faça crescer, iluminar-te, cooperar com o supremo bem de ser feliz.
Aprende a ler e discutir sobre os efeitos danosos dos tóxicos da moda, há tanto tempo consumidos e aplaudidos, inobstante o avultado número de vítimas da própria incúria.
Medita ao redor dos amigos, colegas, conhecidos teus que se bandearam para os labirintos do tóxico e exterminaram-se ou que não estão, a passos largos, rumando para despenhadeiros fatais.
Poucos são os que escapam, sãos, desse cárcere moral-psico-biológico.”(Ivan de Albuquerque, Cântico da juventude, p. 65-66).

Share this:

JOIN CONVERSATION

    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário