Uma nova droga -metanfetamina- Um grito de Alerta aos Pais e educadores
Com efeito devastador, metanfetamina circula em festas.
Vn 96 b por tvmundomaior
A metanfetamina é parecida com o ecstasy, mas os efeitos são piores.
Segundo a polícia, a apreensão de metanfetamina não configura tráfico.
Uma nova droga, com efeito parecido com o do ecstasy, está circulando pelas festas em São Paulo: a metanfetamina. É um veneno em forma de comprimido. Um veneno dos mais devastadores. A metanfetamina é derivada da anfetamina, remédio que é usado no tratamento da obesidade e de distúrbios do sono e que é altamente viciante. A repórter Giuliana Girardi conversou com o delegado Clemente Castilhone Filho, do Departamento de Narcóticos de São Paulo. Ele explicou as dificuldades para combater essa droga, que tem efeitos impressionantes e devastadores.
O comprimido com menos de um centímetro já traz uma mensagem de perigo impressa. É uma bomba e o que acontece com quem é usa, é uma explosão. “Euforia extrema, agitação, movimento repetitivos. Parece uma pessoa que está afetada por paranóia. Ela chega a ficar até 30h acordada”, explica o delegado Clemente Castilhone Filho.
A droga conhecida como metanfetamina está seduzindo jovens brasileiros, que chegam a pagar R$ 80 por um comprimido usado geralmente em festas. A polícia de São Paulo já fez sete apreensões de metanfetamina desde março de 2011. Foram retirados de circulação quase dez mil comprimidos.
A metanfetamina é facilmente manipulada em laboratórios clandestinos, a partir de uma mistura de ácido clorídrico e substâncias presentes em medicamentos vendidos sem prescrição médica, como broncodilatadores e descongestionantes nasais (pseudoefedrina), ou mesmo com a própria efedrina.
Assim como outras drogas sintéticas, como o Ecstasy e o LSD, o uso da metanfetamina é considerado, em nível mundial, como uma epidemia entre os frequentadores de “raves”, devido ao “aumento” de energia que a droga proporciona. A metanfetamina é encontrada e pode ser ingerida de diferentes formas:
- Cristal – pode ser fumado (em cachimbos como o crack).
- Pílulas – ingeridas via oral.
- Pó – pode ser “cheirado” (como a cocaína), ou injetado (dissolvido em água ou mesmo em álcool).
Os efeitos da metanfetamina iniciam entre 3 e 5 minutos após uso via pulmonar (fumada ou “cheirada”) ou intravenosa. Se ingerida, os efeitos surgem entre 15 e 20 minutos. Um diferencial da metanfetamina em relação a outras drogas, como a cocaína e o crack, é a duração prolongada de seus efeitos, variando entre 4 a 8 horas (dependendo da forma como foi utilizada).
A ação da metanfetamina como estimulante do Sistema Nervoso Central se dá pela liberação de dopamina, noradrenalina e serotonina (neurotransmissores), sendo os efeitos mais comuns: euforia, diminuição do apetite, do sono e da fadiga, estado de alerta aumentado, alterações da libido e emoções intensificadas. O uso constante leva a rápida dependência e a necessidade de aumento das doses, devido à tolerância a sua ação.
O uso contínuo de metanfetamina leva o usuário a desenvolver distúrbios de humor, ansiedade, insônia e agressividade. Há a possibilidade de apresentar problemas de memória, sintomas de psicose e mudanças na função e estrutura cerebral (dano cerebral, caracterizado pela perda da matéria cinzenta e hipertrofia da matéria branca, entre outras). Outras consequências são: perda de peso e complicações odontológicas.
Elevação da temperatura corporal, aumento da pressão sanguínea, dor torácica, arritmias cardíacas e convulsões podem ser sintomas de overdose pelo uso de metanfetamina, e podem levar o usuário a óbito.
Com uso mais freqüente e prolongado, desenvolve-se a tolerância à sua ação euforizante; no entanto, o aumento crescente das doses produz um crescimento progressivo em seus efeitos comportamentais, como atividade locomotora, e também um aumento da ansiedade e da paranóia. Esse fenômeno é chamado de sensibilização e pode persistir por muito tempo, mesmo após a interrupção da droga.
Os efeitos da abstinência da droga são prolongados, iniciados, numa primeira fase que pode durar de 2-6 horas, por depressão, isolamento, hiperfagia, agitação, ansiedade e desejo imenso de dormir. Quando finalmente o usuário consegue dormir, assim permanece por 24-36 horas ininterruptas. O desaparecimento desses sintomas pode levar dias ou semanas, com freqüentes períodos de depressão, sonhos vívidos e " fissura" pela droga.
Comparando-se os mecanismos de ação da MT e da cocaína, sabe-se que ambas bloqueiam a recaptação das monoaminas. Entretanto, o mecanismo íntimo desse bloqueio difere entre as duas drogas. De fato, a MT é capaz de ocupar o mesmo sítio que a dopamina na proteína transportadora localizada na membrana pré-sináptica. Já a cocaína age em outro sítio dessa proteína e, ao ocupá-lo, produz uma deformação alostérica do sítio da monoamina, impedindo, assim, a recaptação da dopamina.
A MT, quando comparada à cocaína, exibe diferenças em várias áreas que incluem duração de efeito, freqüência do consumo e duração do efeito compulsivo de repetir a droga. Por exemplo, a MT, dependendo da via de administração, varia de 4-8 horas, enquanto o efeito da cocaína é somente de 10-30 minutos. O crack (cocaína fumada) necessita ser consumido a cada 10-15 minutos, mas uma nova dose da MT, devido aos seus efeitos mais duradouros, só é necessária após horas. A duração média de um uso ininterrupto de crack é de 12 horas, porém, para o usuário de MT, é o dobro: 24 horas. O padrão de uso do ice é de 100-250 mg a cada 4-6 horas, por um período de 24-48 horas.
Em um primeiro momento, os policiais acreditaram que tinham apreendido ecstasy, mas depois das análises em laboratórios descobriram que tinham encontrado uma droga muito pior. A metanfetamina é parecida com o ecstasy, mas os efeitos são mais devastadores.
“Está correndo um grande risco, porque está querendo comprar um veneno e está comprando um veneno 10 vezes pior tanto na neurotoxicidade, tanto na quantidade dos efeitos, na duração dos efeitos, ela é muito pior”, afirma o delegado.
Os Estados Unidos fizeram uma campanha contra o uso da metanfetamina. Foram divulgadas fotos de homens e mulheres antes do consumo e meses depois do vício. “Inicialmente, a gente achou que era um efeito da droga, um efeito químico, fisiológico, mas na verdade é a pessoa que se autoflagela. A gente descobriu pesquisando a literatura de outros países que têm problemas mais antigos com a metanfetamina”, diz o delegado.
“O individuo vai virar um hipertenso, ele pode estar sujeito a acidentes vasculares cerebrais e orgânicos, como, por exemplo, enfarto agudo de miocárdio. Ele pode ter doença do cérebro tipo depressão, síndrome do pânico, a própria psicose, ela pode se tornar crônica em relação ao pulmão ela vai alterar a capacidade pulmonar. Ele pode desenvolver uma doença pulmonar crônica, e assim por diante. Então ela pode ter uma repercussão grave e muitas vezes, até fatal”, afirma a psiquiatra Ana Cecília Marques.Segundo a polícia, no Brasil a apreensão de metanfetamina não configura tráfico.
“Existe uma portaria do Ministério da Saúde que regulamenta as drogas que são proscritas e as que são controladas. A metanfetamina está na listagem de sujeita à notificação de receita. Então, essa substância pode ser comercializada em determinada circunstância para uso médico. Mas o que tem acontecido é que essa droga é potencializada, modificada sinteticamente em laboratório e é feita essa anfetamina que é comercializada para uso ilegal”, conclui o delegado,
De acordo com as investigações, a droga apreendida no país é produzida em laboratório no exterior. Não está sendo fabricada no Brasil.
Vn 96 a por tvmundomaiorVn 96 b por tvmundomaior
0 comentários:
Postar um comentário