Drogas : ÁLCOOL
ORIGEM
A cerveja e o vinho foram as primeiras bebidas alcoólicas fermentadas. Surge o vinho, através da fermentação da uva e a cerveja, através de grãos de cereais. Na Idade Média surge o processo de destilação e com essa inovação os problemas relativos ao álcool se aprofundaram.
O álcool contido nas bebidas utilizadas pelo homem é o etanol (álcool etílico), substância psicoativa com capacidade de produzir alterações no funcionamento do Sistema Nervoso Central, podendo modificar o comportamento dos indivíduos, causar prazer e, em decorrência do uso continuado, a dependência e a tolerância.
Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência. O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas. Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, freqüência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos para sociedade e envolvendo questões, médicas, psicológicas, profissionais e familiares.
A DEPENDÊNCIA QUÍMICA
O alcoolismo é considerado um dos maiores problemas da saúde pública, além de ser comprovadamente porta de entrada para outras drogas.
Detectar o limite existente entre o beber normal e a síndrome de dependência leve nem sempre é fácil e tem sido motivo de muitas controvérsias e polêmicas. Ninguém sabe, de antemão, se vai desenvolver uma dependência química ou não, porque existem outros fatores orgânicos, psicológicos e sociais que precisam estar condicionados, porém sabemos que 15% da população já têm esta doença e se beber ou usar drogas, ela se desenvolverá. É uma doença incurável e a única saída é não tomar o primeiro gole, viver o dia de hoje em abstinência, de acordo com os sábios princípios do AA (Alcoólicos Anônimos).
O fato é que uma pessoa não se torna alcoolista (utilizamos o termo alcoolista, ao invés de alcoólatra, acreditamos que o dependente de álcool, usa-o por necessidade e não por adorá-lo, visto que o sufixo "latra" indica adoração) porque bebeu demais, ele bebe demais porque é alcoolista. A doença preexiste ao ato de beber.
PERSONALIDADE DO POSSÍVEL ALCOOLISTA
A psicologia e a psiquiatria têm realizado estudos tentando vincular alguns tipos de personalidade a uma predisposição para a doença e concluíram que não se pode afirmar com segurança se uma pessoa vai desenvolver o alcoolismo ou não, mas estudando os que já desenvolveram a doença, concluíram que possuem:
-Baixa tolerância à frustração
- Baixa resistência à tensão ou ansiedade
- Sensação de isolamento
- Sensibilidade acentuada
- Tendência a atos impulsivos
- Tendência à autopunição
- Narcisismo e exibicionismo
- Mudanças de humor
- Hipocondria
- Rebeldia e hostilidade incondicional
- Imaturidade emocional
- Conflitos sexuais incógnitos
- Mães superprotetoras
- Antecedentes familiares de alcoolismo
- Tentativa de vencer inseguranças sexuais (o álcool é depressor, anestésico e apresenta falsa desinibição porque relaxa a censura).
OS GRUPOS DE COMPORTAMENTO
De acordo com os autores Vespucci (1999), no caso do alcoolismo, a partir dos primeiros goles, as pessoas acabam se encaminhando para 3 grupos de comportamento:
1º Grupo: A maioria segue bebendo com moderação (socialmente), marcado por alguns episódios de excesso de consumo, criando problemas com acidentes de carro, brigas, desentendimentos, etc.
2º Grupo: Uma pequena parcela não sente o menor atrativo e se torna abstêmia.
3º Grupo: Outra pequena parcela,12 a 15% da população, desenvolve uma relação toda especial e permanente com o álcool, possuem predisposição para a bebida, é a doença do alcoolismo.
2º Grupo: Uma pequena parcela não sente o menor atrativo e se torna abstêmia.
3º Grupo: Outra pequena parcela,
A grosso modo 1 em cada 10 pessoas são alcoolistas.
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O ALCOOLISMO
O que leva ao alcoolismo?
O alcoolista começa a beber pelas mesmas razões que o não alcoolista, isto é, pelo prazer que a bebida oferece. Porém uns bebem moderadamente a vida toda, não se excedem e nem se embriagam, devido, segundo alguns autores, ao próprio organismo que impõe limites. Outros não sentem atrativo nenhum pela bebida. Existem aqueles que ficam fascinados pelo prazer de beber, permanecem bebendo longos anos, até que a dependência se instala e problemas sérios começam a surgir.
Como prevenir o alcoolismo?
Através de um diagnóstico precoce, muito dificultado pelo mecanismo mais usado pelo alcoolista e família chamado "negação". A sociedade e a família são permissivas e condescendentes quanto ao álcool. Fica difícil assumir que possuem alguém da família com o alcoolismo, este diagnóstico sempre vem com um forte peso moral, visto que desconhecem que o alcoolista possui uma doença.
Qual a diferença entre alcoolismo masculino e feminino?
Alcoolismo é uma doença progressiva, mais lenta no homem (aparece depois de uns 20 a 25 anos de uso) e mais rápida na mulher (aparece após 5 a 10 anos de uso). Isto porque a mulher tem mais células gordurosas do que o homem, este tem mais massa muscular. A gordura atrai e retêm mais líquidos e fica exposto mais tempo às substâncias nocivas do álcool. Há 15 anos a porcentagem era de 1 mulher para 20 homens, hoje é de 1 mulher para 6 homens
Como diferenciar o bebedor social do bebedor abusivo?
O comportamento de ambos é bem semelhante, ambos podem ou não serem alcoolistas, mesmo que consigam ficar algum tempo sem beber.
A quantidade e a freqüência também podem ser semelhantes, mas para os autores Vespucci (1999), a diferença está na ressaca. O bebedor não alcoólico cuida da ressaca, toma água, alivia a dor de cabeça e do estômago, evita com repulsa a bebida. Não permite que a bebida interfira no seu modo de beber. O alcoolista perde progressivamente o controle sobre o álcool, sutilmente suas ações passam a girar em torno da bebida, nem ele, nem a família se dão conta. Ele procura curar a ressaca, quando as tem, bebendo um pouco mais. Depois do porre, o dia seguinte é um novo namoro, pode também ficar períodos prolongados de abstinência, semanas ou meses, mas quando ingere, mata aquela "saudade", funciona como muleta, a bebida alivia, tranqüiliza.
Existe cura?
Não há cura, o portador do alcoolismo pode deter a doença, mas primeiro precisa aceitar que ela existe depois conscientizar-se do problema e praticar abstinência completa.
Quais as fases da doença?
A doença tem fases evolutivas:
1) Fase da adaptação: o organismo aprende a "funcionar a álcool"
2) Fase da tolerância: o organismo pede doses crescentes para sentir os mesmos efeitos
3) Fase da dependência química. Alguns autores classificam os alcoolistas, na fase da dependência química, de acordo com seu grau de envolvimento com o álcool:
3.1) Bebedor periódico: bebe grandes quantidades em pouco tempo e depois passam meses sem beber.
3.2) Bebedor discreto e silencioso: bebe quase diariamente, regularmente e quantidade relativamente pequena.
3.2) Bebedor discreto e silencioso: bebe quase diariamente, regularmente e quantidade relativamente pequena.
3.3) Bebedor assumido: bebe sempre, muito e constantemente.
3.4) Bebedor camuflado: bebe sempre, quantidade pequena, média ou grande, mas raramente se embriaga.
Quais as etapas progressivas da doença?
1) Etapa do "beber social" cotidiano e noturno, mesmo um pequeno drinque, uma lata de cerveja diária, é prenúncio de que o organismo está dependente, precisa relaxar antes de dormir.
Etapa do "beber social" ao apagamento - bebe antes, durante e depois do evento social, quando excede promete a si e aos outros que vai se controlar. Começa a ter os primeiros apagamentos, amnésias que o impede de lembrar o que fez na noite anterior.
Etapa do "beber social" ao apagamento - bebe antes, durante e depois do evento social, quando excede promete a si e aos outros que vai se controlar. Começa a ter os primeiros apagamentos, amnésias que o impede de lembrar o que fez na noite anterior.
2) Etapa intermediária: agravamento dos sintomas, busca ambientes desconhecidos para beber sem fiscalização. Chega em casa bêbado, com acentuado nervosismo, não sabe administrar as emoções, usa da mentira com freqüência para evitar críticas. Começa a tremer as mãos pela manhã, deteriorar as relações profissionais e familiares e freqüentemente não consegue ir ao trabalho às segundas-feiras.
3) Etapa final: morte, loucura ou recuperação. Sofre terríveis síndromes de abstinência se ficar sem a bebida, sofre taquicardia, sudoreses, convulsões, delírios tremuns... fica em desnutrição, cai com freqüência, não tem higiene... entra em degradação física, mental e emocional.
Onde termina o beber normal e começa o alcoolismo?
Onde termina o beber normal e começa o alcoolismo?
Esta é uma questão intrigante, saber onde termina o beber normal e começa o alcoolismo.
Ainda leva-se em consideração a quantidade e a freqüência do álcool ingerido; se a pessoa bebe diariamente; se bebe sozinho; se bebe a ponto de sofrer prejuízos físicos ou se chegou a perder a liberdade sobre o ato de beber em detrimento de outras coisas na vida familiar ou profissional.
O processo de transição de um estado moderado para a dependência é longo, leva anos. Ninguém dorme bebendo normalmente e acorda alcoolista.
O processo de transição de um estado moderado para a dependência é longo, leva anos. Ninguém dorme bebendo normalmente e acorda alcoolista.
Qual a ação do álcool do ponto de vista médico?
De acordo com os médicos Dr. Otto Wolff e Dr. Walther Bühler, observa-se no álcool 2 tipos de efeitos: um negativo e outro "positivo".
Sendo o álcool uma droga, é capaz de provocar sérios danos, inclusive a morte, caso seja ingerido em excesso.
O fígado é o órgão mais lesado, pesquisas revelaram que "após a ingestão de pequenas quantidades de álcool, mesmo um fígado sadio apresenta lesões celulares... A ingestão de quantidades maiores de álcool (80-160 g., ou seja, 1-2 litros diariamente, inevitavelmente produz grave lesão do fígado após algum tempo" Wolff, Bulher (1987).
Os danos também podem se dirigir à arterioesclerose coronário (riscos de infarto do miorcádio), neurites, etc. lesões que, no mínimo, encurtam a vida humana e provocam moléstias crônicas.
Quanto ao efeito "positivo", muitos apreciam a sensação psíquica agradável, a sensação de calor que estimula e ativa, a sensação de uma aceleração do metabolismo e da circulação, o esquecimento das preocupações. Após mais doses, esclarece os Drs. Wolff e Bulher aparece o aumento da eloqüência, do bom humor, mais uma dose, o estado de alegria se transforma em excitação, diminui a capacidade do pensamento, visão dupla, vertigens e embriaguez.
Qual o efeito espiritual do álcool?
Qual o efeito espiritual do álcool?
Em poucas palavras, resumem os Drs. Wolff e Bulher, "o homem perde-se a si mesmo". "A estimulação, a alegria, o esquecimento das preocupações são acompanhados por uma "crescente perda de critério": a censura é desligada, a pessoa desinibe-se, faz e fala coisas que não faria ou falaria se estivesse sóbria, ocorre um "desencadeamento irrefreado de tendências inferiores e vis". Na realidade a pessoa não passa a beber para criar coragem, mas para perder o controle de si, para deixar transparecer sua "natureza baixa".
Mesmo em pequenas doses ocorre uma diminuição da consciência e uma incapacidade do espírito de agir no corpo. Diz Rudolf Steiner que "o álcool isola o homem de tudo o que é espiritual, luta contra a atividade de nosso EU espiritual"
Não podemos subestimar o problema do alcoolismo, é uma doença grave progressiva e incurável, cuja única saída será o tratamento e a abstinência total. Precisamos compreender que os danos físicos não são tão eminentes, a não ser após a ingestão regular de quantidades maiores, mas os efeitos sobre a estrutura espiritual e a personalidade do ser humano são intensos, mesmo ingerindo-se pequenas quantidades, o homem se desconecta do aspecto espiritual, perde-se de si mesmo e provoca a decadência física e psíquica da sua personalidade.
Viciação Alcoólica |
Livro: SOS Família
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
Sob qualquer aspecto considerado, o vício - esse condicionamento que se impõe como uma "segunda natureza" constritora e voraz - deve ser combatido sem trégua desde quando e onde se aloje.
Classificado pela leviandade de muitos dos seu aedos como de pequeno e grande porte, surge com feição de "hábito social" e se instala em currículo de longo tempo, que termina por deteriorar as reservas morais, anestesiando a razão e ressuscitando com vigor os instintos primevos de que se deve o homem libertar.
Insinuante, a princípio perturba os iniciantes e desperta nos mais fracos curiosa necessidade de repetição, na busca enganosa de prazeres ou emoções inusitadas, conforme estridulam os aficionados que lhe padecem a irreversível dependência.
Aceito sob o acobertamento da impudica tolerância, seu contágio destrutivo supera o das mais virulentas epidemias, ceifando maior número de vidas do que o câncer, a tuberculose, as enfermidades cardiovasculares adicionados... Inclusive, mesmo na estatística obituária dessas calamidades da saúde, podem-se encontrar como causas preponderantes ou predisponentes as matizes de muitos vícios, que se tornaram aceitos e acatados qual motivo de relevo e distinção...
Os vitimados sistemáticos pela viciação escusam-se abandoná-la, justificando que o seu é sempre um simples compromisso de fácil liberação, em considerando outros de maior seriedade que, examinados, a sua vez, pelos seus sequazes, se caracterizam, igualmente, como insignificantes.
Há quem a relacione como de conseqüências secundária e de imediata potência aniquilante. Obviamente situam suas compreensões como irrelevantes, em face de "tantas coisas piores"... E argumentam: "ante este", como se um mal pudesse ter sopesadas, avaliadas e discutidas as vantagens decorrentes da sua atuação...
Indiscutivelmente, a ausência de impulsão viciosa no homem dá-lhe valor e recursos para realizar e fruir os elevados objetivos da vida, que não podem ser devorados pela irrisão das vacuidades.
A vinculação alcoólica, por exemplo, escraviza a mente, desarmonizando-a e envenena o corpo, deteriorando-o. tem início através do aperitivo inocente, quão dispensável, que se repete entre sorrisos e se impõe como necessidade, realizando a incursão nefasta, que logo se converte em dominação absoluta, desde que aumenta de volume na razão direta em que consome.
Os pretextos surgem e se multiplicam para as liberações: alegria, frustração, tristeza, esperança, revolta, mágoa, vingança, esquecimento... Para uns se converte em coragem, para outros em entusiasmo, invariavelmente impondo-se, dominador incoercível. Emulução para práticas que a razão repulsa, o alcoolismo faz supor que sustenta os fracos, que tombam em tais urdiduras, quando, em verdade, mais os debilita e arruína.
Não fossem tão graves, por si sós, os danos sociais que dele decorrem, transformando cidadãos em parias, jovens em vergados anciãos precoces, profissionais de valor em trapos morais, moçoilas e matronas em torpes simulacros humanos, aceitos e detestados, acatados e temidos nos sítios em que se pervertem a caminho da total sujeição, que conduz, quando se dispõe de moedas, a sanatórios distintos e, em contrário, a sarjetas hediondas, em ambos os casos avassalados por alienações dantescas -, culmina em impor os trágicos autocídios, por cujas portas buscam, tais enfermos, soluções insolváveis para os problemas que criaram espontaneamente para si próprios... Não acontecendo a queda espetacular no suicídio, este se dá por processo indireto, graças à sobrecarga destrutiva que o alcoólatra ou simples cultivador da alcoofilia depõe sobre a tecelagem de elaboração divina, que é o corpo. E quando vem a desencarnação, o que é também doloroso, não cessa a compulsão viciosa, nascendo dramas imprevisíveis do outro lado do túmulo, em que o Espírito irresponsável constata que a morte não resolveu os problemas nem aniquilou a vida...
Nesse capítulo convém considerarmos que a desesperada busca ao álcool - ou substâncias outras que dilaceram a vontade, desagregam a personalidade, perturbam a mente - pode ser, às vezes, inspirada por processos obsessivos, culminando sempre, porém, por obsessões infelizes, de conseqüências imprevisíveis.
A pretexto de comemorações, festas, decisões não te comprometas com o vício.
O oceano é feito de gotículas e as praias imensuráveis de grãos.
Liberta-te do conceito: "hoje só", quando impelido a comprometimento pernicioso e não te facultes: "apenas um pouquinho", porquanto uma picada que injeta veneno letal, não obstante em pequena dose, produz a morte imediata.
Se estás bafejado pela felicidade, sorve-a com lucidez.
Se te encontras visitado pela dor, enfrenta-a, abstêmio e forte.
Para qualquer cometimento que exija decisão, coragem, equilíbrio, definição, valor, humildade, estoicismo, resignação recorre à prece, mergulhando na reflexão o pensamento, e haurirás os recursos preciosos para a vitória em qualquer situação, sob qual seja o impositivo.
Nunca te permitas a assimilação do vício, na suposição de que dele te libertarás quando queiras, pois que se os viciados pudessem querer não estariam sob essa violenta dominação.
VN46A por tvmundomaior
VN46B por tvmundomaior
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