A drogas e o jovem


A sociedade atual tem pouco a oferecer para o jovem antes que sejam considerados adultos produtivos, suas vidas estão sem significado e seus modelos são os heróis intocáveis da TV. Os jovens sabem que nunca serão estes heróis e sentem necessidade de se descobrir e responder a questão "Quem sou eu?"
"Os jovens procuram encontrar-se utilizando drogas. Tentam eliminar a dor, a limitação, sacudir-se do desconforto de serem pequenos demais. Fazem isso por meio de drogas porque foram criados num modo de vida quase passivo. Hoje a juventude acumula eletricidade estática que não deixa uma marca, não encontra um canal para escoar. A agitação é grande demais para o Sistema Nervoso que é estimulado em excesso e não possui um canal de reação. Assim os jovens simplesmente utilizam vários tipos de drogas para sintonizar-se e livrar-se do desconforto que sentem no corpo, nas emoções e na mente." Griscom (1991, p72 e 73).


Por que é assim? É claro que quem experimenta pela primeira vez não deseja virar viciado. Um estudo do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo (Grea) diz que a curiosidade é a motivação que leva nove em cada dez jovens a consumir drogas pela primeira vez. Em seguida vem o desejo de se integrar a algum grupo de amigos. No momento da iniciação das drogas, o adolescente não vê os amigos morrendo, sendo pressionados por traficantes nem se acabando nas sarjetas. Também é difícil perceber a importância que a droga pode assumir em sua vida no futuro. A maioria das drogas só provoca dependência depois de algum tempo de uso. Ou seja, quem entra nessa só percebe tarde demais que está num caminho sem volta. Apenas uma parcela dos usuários se torna dependente grave, do tipo que aparece nas novelas de TV. Apostar nesse argumento para usar drogas é uma loteria perigosíssima, porque ninguém sabe ao certo se vai virar viciado ou não.
Afeta o homem já na vida intra-uterina, gerando deformações pela via da hereditariedade,quando pais já são viciados. Já na vida física, tem atacado o homem em tenra idade, sob os mais diversos aspectos. Penetra, como dissemos, todos os segmentos da sociedade, em todos os países do mundo,minando-a a ponto de dominar governantes, líderes religiosos, educadores etc.
Muitos dos que nascem em lares desajustados recorrem aos entorpecentes, mas quem está cogitando aí de investigar as verdadeiras causas do desajuste e o que fazer para promover atitudes e medidas de auxílio?
Partem para o uso de drogas muitos que sofrem de carência afetiva, certo. Mas o que desencadeou nessas criaturas o doloroso processo de carência? Não seria porque o afeto que hoje lhes falta eles próprios recusaram-se a doar em outros tempos? Buscam a alienação da droga os que perderam o endereço de Deus. Nem sabem que pertencem a uma comunidade de seres imortais ligados por vínculos industrutíveis e destinados à felicidade em algum ponto na intersecção espaço/tempo.
A procura da droga evidencia a escravidão em que se encontra o viciado, que busca por meio dela manifestar sua independência em relação aos seus

semelhantes,ou a uma situação que aparentemente diminui sua posição na família ou na sociedade, e reage aos seus agressivamente, procurando evidenciar um sentimento de superioridade.
A indução às toxicomanias decorre, quase sempre,da influência ou da convivência com viciados, que podem despertar, inicialmente a curiosidade das pessoas para seu uso, chegando, assim, às primeiras experiências,aparentemente inofensivas e que podem proporciona-lhes um estado de euforia, de ilusória disposição e coragem para enfrentar situações na vida,mas que exigem a continuidade de sua ingestão.

No entanto, é ainda maior o risco de dependência, no jovem quando:
  •     Possui dificuldade de desligar-se da situação de dependência familiar;
  •     Existem falhas na capacidade de reconhecer-se como indivíduo adulto, capaz e separado dos outros;
  •     Possui dificuldades de lidar com figuras de autoridade, desafia e transgride compulsivamente.
      Os adolescentes sofrem influências de modismos e de subculturas, são contestadores, sofrem conflitos entre a dependência e a independência, têm uma forte tendência grupal, um desprazer com a vida urbana rotinizada e uma grande ausência de criatividade. Alguns adolescentes fazem a descoberta do valor da vida em confronto com a morte, através de esportes violentos, pegas de carros, roleta russa, anorexia nervosa, suicídio e drogas.

     Família estruturada, diálogo família, participação dos pais na vida dos filhos, dentre outros fatores, com certeza são de suma importância para que futuramente o filho(a) não venha sentir a necessidade de buscar a paz de espírito, relaxamento ou outros sensações inversas que são passageiras, na qual são encontradas nas drogas. Já que hoje pesquisas mostram que a maioria dos usuários viciados são pessoas desestruturadas.
    Os pais que tratam este assunto como um tabu fazem advertências dramáticas e aterrorizantes, criam um clima de suspeita, despertando a curiosidade e afastando ainda mais os jovens dos adultos. Falar com naturalidade e segurança é de boa política, procurando não mistificar a droga e integrando-a dentro de outros assuntos da vida cotidiana.

Joanna de Ângelis acredita que o antídoto para o aberrante problema dos tóxicos está na:

- Educação à luz do Evangelho sem disfarces nem distorções, desde à gestação. 
- Conscientização espiritual sem alardes 
- Liberdade e orientação com base na responsabilidade 
- Vigilância carinhosa dos pais e mestres cautelosos 

Apesar de existir quadros desajustadores, não podemos culpar apenas os pais pelo desajuste do filho, o adolescente também tem participação ativa e consciente, ele intuitivamente sabe o que sua consciência diz, se tiver vontade firme pode exercitar seu auto-controle e auto-disciplina.

Joanna de Ângelis afirma que o adolescente faz a opção pelas drogas quando sente-se impossibilitado de auto-realizar-se, geralmente por causa de uma família-provação, porque foi desprezado em casa, não foi qualificado como ser humano, vive uma desarmonia psicológica e o seu mundo interno não está bem.
 
O livro Família e Espiritismo traz algumas orientações aos pais:
  •  Não penses que o seu lar será poupado; 
  • Observa o comportamento de seu filho, fique bem atento, e se o problema bater na sua porta: Não fuja dele - saia da cegueira familiar; 
  • Não desespere e nem seja hostil; 
  • Converse, esclareça, oriente; 
  •  Busque os recursos da medicina dos homens e da doutrina espírita. 


Atitudes paternas que dificultam um programa de prevenção às drogas:
  • Pais que usam medicamentos na busca de equilibrio, mostram que enfrentam a realidade ingerindo produtos químicos. (calmantes, etc.) 
  • Pais que usam e abusam de remédios sem receita médica, sem o menor esforço para diminuir a dor através dos recursos mentais e outras técnicas alternativas. 
  • Pais que usam e abusam de bebidas alcóolicas
  • Pais que fumam e usam o cigarro como bengala psicológica.





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