O FLAGELO DAS DROGAS
As Drogas e suas Implicações Espirituais
Xerxes Pessoa De Luna
I— Introdução
Um dos problemas mais graves da sociedade humana, na atualidade, é o consumo indiscriminado e, cada vez mais crescente, das drogas por parte não só dos adultos, mas, também, dos jovens e lamentavelmente até das crianças, principalmente nos centros urbanos das grandes cidades.
A situação é tão preocupante, que cientistas de várias partes do Planeta, reunidos, chegaram à seguinte conclusão: “Os viciados em drogas de hoje podem não só estar pondo em risco seu próprio corpo e sua mente, mas fazendo uma espécie de roleta genética, ao projectar sombras sobre os seus filhos e netos ainda não nascidos.”
Diante de tal flagelo e de suas terríveis consequências, não poderia o Espiritismo, Doutrina comprometida com o crescimento integral da criatura humana na sua dimensão espírito-matéria, deixar de se associar àqueles segmentos da sociedade que trabalham pela preservação da vida e dos seus ideais superiores, em seus esforços de erradicação de tão terrível ameaça.
O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual. Tal situação, somada àquelas de natureza fisiológica, psíquica e espiritual, principalmente as relacionadas com as vinculações a entidades desencarnadas em desalinho, respondem, indubitavelmente, pelos sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais e sociais a que vemos submetidos os viciados em drogas.
Em instantes tão preocupantes da caminhada evolutiva do ser humano em nosso planeta, cabe a nós espíritas, não só difundir as informações anti drogas que nos chegam do plano espiritual benfeitor que nos assiste, mas, acima de tudo, entender e atender aos apelos velados que estes amigos espirituais nos enviam com seus informes e relatos contrários ao uso indiscriminado das drogas, no sentido de envidarmos esforços mais concentrados e específicos no combate às drogas, quer no seu aspecto preventivo, quer no de assistência aos já atingidos pelo mal.
II — A ação das drogas no períspirito
Revela-nos a ciência médica que a droga, ao penetrar no organismo físico do
viciado, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o
cérebro e as células, principalmente as neuronais.
Na obra “Missionários da Luz” — André Luiz (pág. 221 — Edição FEB), lemos: “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual.” Em “Evolução em dois Mundos”, o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurónios guardam relação íntima com o perispírito.
Comparando as informações destas obras com as da ciência médica, conclui-se que a agressão das drogas ao sangue e às células neuronais também reflectirá nas regiões correlatas do corpo perispiritual em forma de lesões e deformações consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria aparência humana do perispírito. Tal violência concorre até mesmo para o surgimento de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que “o perispírito funciona em relação a este, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias espirituais junto ao corpo físico e vice-versa.
Por vezes o consumo das drogas se faz tão excessivo, que as energias, oriundas do perispírito para o corpo físico, são bloqueadas no seu curso e retornam aos centros de força.
III — A ação dos Espíritos inferiores junto ao viciado
Esta ação pode ser percebida através das alterações no comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão agredido pelas drogas, e das consequências futuras e penosas que experimentará quando estiver na condição de espírito desencarnado, vinculado a regiões espirituais inferiores.
Sabemos que, após o desencarne, o Espírito guarda, por certo tempo, que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de encarnado. O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e necessidade de consumir a droga. Somente a forma de satisfazer seu desejo é que irá variar, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na carne. Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente para saciar sua necessidade, valendo-se para tal do recurso, ou da vampirização das emanações tóxicas impregnadas no perispírito do viciado ou da inalação dessas mesmas emanações quando a droga estiver sendo consumida.
“O Espírito de um viciado em drogas, em face do estado de dependência a que se acha submetido, no outro lado da vida, sente a desejo e a necessidade de consumir a droga”
Essa sobrecarga mental, indevida, afecta tão seriamente o cérebro, a ponto de este ter suas funções alteradas, com consequente queda no rendimento físico, intelectual e emocional do viciado. Segundo Emmanuel, “o viciado ao alimentar o vício dessas entidades que a ele se apegam, para usufruir das mesmas inalações inebriantes, através de um processo de simbiose em níveis vibratórios, colecta em seu prejuízo as impregnações fluídicas maléficas daqueles, deixando o viciado enfermiço, triste, grosseiro, infeliz, preso à vontade de entidades inferiores, sem o domínio da consciência dos seus verdadeiros desejos”.
Na obra “Missionários da Luz” — André Luiz (pág. 221 — Edição FEB), lemos: “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual.” Em “Evolução em dois Mundos”, o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurónios guardam relação íntima com o perispírito.
Comparando as informações destas obras com as da ciência médica, conclui-se que a agressão das drogas ao sangue e às células neuronais também reflectirá nas regiões correlatas do corpo perispiritual em forma de lesões e deformações consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria aparência humana do perispírito. Tal violência concorre até mesmo para o surgimento de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que “o perispírito funciona em relação a este, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias espirituais junto ao corpo físico e vice-versa.
Por vezes o consumo das drogas se faz tão excessivo, que as energias, oriundas do perispírito para o corpo físico, são bloqueadas no seu curso e retornam aos centros de força.
III — A ação dos Espíritos inferiores junto ao viciado
Esta ação pode ser percebida através das alterações no comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão agredido pelas drogas, e das consequências futuras e penosas que experimentará quando estiver na condição de espírito desencarnado, vinculado a regiões espirituais inferiores.
Sabemos que, após o desencarne, o Espírito guarda, por certo tempo, que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de encarnado. O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e necessidade de consumir a droga. Somente a forma de satisfazer seu desejo é que irá variar, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na carne. Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente para saciar sua necessidade, valendo-se para tal do recurso, ou da vampirização das emanações tóxicas impregnadas no perispírito do viciado ou da inalação dessas mesmas emanações quando a droga estiver sendo consumida.
“O Espírito de um viciado em drogas, em face do estado de dependência a que se acha submetido, no outro lado da vida, sente a desejo e a necessidade de consumir a droga”
Essa sobrecarga mental, indevida, afecta tão seriamente o cérebro, a ponto de este ter suas funções alteradas, com consequente queda no rendimento físico, intelectual e emocional do viciado. Segundo Emmanuel, “o viciado ao alimentar o vício dessas entidades que a ele se apegam, para usufruir das mesmas inalações inebriantes, através de um processo de simbiose em níveis vibratórios, colecta em seu prejuízo as impregnações fluídicas maléficas daqueles, deixando o viciado enfermiço, triste, grosseiro, infeliz, preso à vontade de entidades inferiores, sem o domínio da consciência dos seus verdadeiros desejos”.
IV — Contribuição do Centro Espírita no trabalho anti drogas desenvolvido pelos
Benfeitores Espirituais
As Casas Espíritas, como Pronto-Socorro espirituais, muito podem contribuir com os Espíritos Superiores no trabalho de prevenção e auxílio às vítimas das drogas nos dois lados da vida. Com certeza, esta contribuição poderia ocorrer através de medidas que, no dia-a-dia da instituição:
Um incentivo cada vez mais constante às actividades de evangelização da infância e da juventude, principalmente com sua implantação, caso a Instituição ainda não o tenha implantado.
Estimular seus frequentadores, em particular a família do viciado em tratamento, à prática do Evangelho no Lar. Estas pequenas reuniões, quando realizadas com o devido envolvimento e sinceridade de propósitos, são fontes sublimes de socorro às entidades sofredoras, além, naturalmente, de concorrer para o estreitamento dos laços afectivos familiares, o que decerto estimulará o viciado, por exemplo, a perseverar no seu propósito de libertar-se das drogas ou a dar o primeiro passo nesse sentido.
Preparar devidamente seu corpo mediúnico para o sublime exercício da mediunidade com Jesus, condição essencial ao socorro às vítimas das drogas, até mesmo as desencarnadas.
No diálogo fraterno com o viciado e seus familiares, sejam-lhes colocados à disposição os recursos socorristas do tratamento espiritual: passe, desobsessão, água fluidificada e reforma íntima.
As Casas Espíritas, como Pronto-Socorro espirituais, muito podem contribuir com os Espíritos Superiores no trabalho de prevenção e auxílio às vítimas das drogas nos dois lados da vida. Com certeza, esta contribuição poderia ocorrer através de medidas que, no dia-a-dia da instituição:
Um incentivo cada vez mais constante às actividades de evangelização da infância e da juventude, principalmente com sua implantação, caso a Instituição ainda não o tenha implantado.
Estimular seus frequentadores, em particular a família do viciado em tratamento, à prática do Evangelho no Lar. Estas pequenas reuniões, quando realizadas com o devido envolvimento e sinceridade de propósitos, são fontes sublimes de socorro às entidades sofredoras, além, naturalmente, de concorrer para o estreitamento dos laços afectivos familiares, o que decerto estimulará o viciado, por exemplo, a perseverar no seu propósito de libertar-se das drogas ou a dar o primeiro passo nesse sentido.
Preparar devidamente seu corpo mediúnico para o sublime exercício da mediunidade com Jesus, condição essencial ao socorro às vítimas das drogas, até mesmo as desencarnadas.
No diálogo fraterno com o viciado e seus familiares, sejam-lhes colocados à disposição os recursos socorristas do tratamento espiritual: passe, desobsessão, água fluidificada e reforma íntima.
Criar, no trabalho assistencial da Casa, uma
actividade que enseje o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o
esclarecimento, com fundamentação doutrinária, ao viciado e a seus familiares.
V — Conclusão
Diante dos factos e dos acontecimentos que estão a envolver a criatura humana, enredada no vício das drogas, geradores de tantas misérias morais, sociais, suicídios e loucuras, nós, espíritas, não podemos deixar de considerar esta realidade, nem tampouco deixar de concorrer para a erradicação deste terrível flagelo que hoje assola a Humanidade. Nesse sentido, urge que intensifiquemos e aprimoremos cada vez mais as ações de ordem preventiva e terapêutica, já em curso em nossas Instituições, e que, também, criemos outros mecanismos de ação mais específicos neste campo, sempre em sintonia com os ensinamentos do Espiritismo e seu propósito de bem concorrer para a ascensão espiritual da criatura humana às faixas superiores da vida.
V — Conclusão
Diante dos factos e dos acontecimentos que estão a envolver a criatura humana, enredada no vício das drogas, geradores de tantas misérias morais, sociais, suicídios e loucuras, nós, espíritas, não podemos deixar de considerar esta realidade, nem tampouco deixar de concorrer para a erradicação deste terrível flagelo que hoje assola a Humanidade. Nesse sentido, urge que intensifiquemos e aprimoremos cada vez mais as ações de ordem preventiva e terapêutica, já em curso em nossas Instituições, e que, também, criemos outros mecanismos de ação mais específicos neste campo, sempre em sintonia com os ensinamentos do Espiritismo e seu propósito de bem concorrer para a ascensão espiritual da criatura humana às faixas superiores da vida.
Escravos do vício
Como o espiritismo pode auxiliar na prevenção e na
recuperação do víciado em tóxicos.
As consequências espirituais do uso de drogas
As consequências espirituais do uso de drogas
O vício das drogas
caracteriza-se pelo impulso praticamente incontrolável do viciado procurar
satisfação no ilusório prazer que as mesmas possam proporcionar-lhe.
A procura da droga
evidencia a escravidão em que se encontra o viciado, que busca por meio dela
manifestar sua independência em relação aos seus semelhantes, ou a uma situação
que aparentemente diminui sua posição na família ou na sociedade, e reage aos
seus agressivamente, procurando evidenciar um sentimento de superioridade.
A indução às
toxicomanias decorre, quase sempre, da influência ou da convivência com
viciados, que podem despertar, inicialmente a curiosidade das pessoas para seu
uso, chegando, assim, às primeiras experiências, aparentemente inofensivas e
que podem proporciona-lhes um estado de euforia, de ilusória disposição e
coragem para enfrentar situações na vida, mas que exigem a continuidade de sua
ingestão.
Os principais efeitos
dessas substâncias no organismo estão subordinados à área neuropsíquica,
afetando o seu próprio julgamento. É onde vão surgindo lacunas progressivamente
crescentes, que podem se caracterizar pelo desrespeito aos valores humanos,
levando a pessoa a tornar-se um ser anti-social, quase sempre levando-a a
perder o respeito por seus semelhantes.
Para satisfazer suas
necessidades, pode realizar assaltos, roubos, seqüestros ou chegar até mesmo ao
homicídio. Tudo pela droga!
São vícios que não
poupam idade, sexo, raça, profissão, ou situação social, envolvendo,
paralelamente, inúmeras pessoas que se enquadram como traficantes e passadores
da droga, pondo em risco a segurança e a tranqüilidade da sociedade.
Portanto, as drogas
podem ser consideradas como um dos piores flagelos de que a Humanidade tem
notícia. Afeta o homem já na vida intra-uterina, gerando deformações pela via
da hereditariedade, quando pais já são viciados. Já na vida física, tem atacado
o homem em tenra idade, sob os mais diversos aspectos. Penetra, como dissemos,
todos os segmentos da sociedade, em todos os países do mundo, minando-a a ponto
de dominar governantes, líderes religiosos, educadores etc.
Os vícios estão
alterando o curso da história da criatura humana e a violência tem descambado
para as conquistas fáceis e a mola disso é a prática dos vícios. Além dos casos
de overdose, anualmente milhares desencarnam em acidentes de trânsito,
provocados pelo consumo de drogas ou álcool. Muitos são os que contraem doenças
contagiosas, pela prática invigilante dos sexo desequilibrado, aprisionados
pelos efeitos infelizes do álcool e das drogas.
Por faltas ao trabalho,
queda de produção e qualidade, estimam os estudiosos que se perdem anualmente
25 bilhões de dólares em produtividade. São números arrasadores, espantosos,
dramáticos e parece que as autoridades e a própria sociedade começam a
considerá-los irreversíveis.
A publicação intitulada
O mosaico da droga, de responsabilidade da UNESCO, declara que em certos países
parece diluir-se a preocupação que o problema da droga suscitava há cerca de
uma década.
Há uma tentativa de
"desdramatizar" a questão. Nítida postura de cruzar os braços,
portanto. Em alguns países, como na Holanda, o usa da maconha tornou-se lícito.
O espiritismo e os tóxicos
O viciado em drogas
assemelha-se a uma embarcação em que, por invigilância, põe-se a navegar na
correnteza forte de um caudaloso rio, desapercebendo ou mesmo desafiando as
águas que mais à frente irão despencar numa gigantesca cachoeira.
O espiritismo não propõe
soluções específicas, procurando regulamentar cada atitude ou ditar normas de
comportamento humano.
Prefere acatar, em toda
a sua amplitude, os dispositivos das Leis Divinas que asseguram a todos o
direito de escolha e a responsabilidade conseqüente pelo que fizerem. Prefere a
atitude do Cristo, que condena o pecado, mas oferece sua ternura e compreensão
ao pecador, procurando mostrar-lhe o que precisa fazer para livrar-se do erro,
construindo oportunidades de acerto.
Em vez de condenar a
civilização pelos nossos equívocos, os espíritos ensinaram a Kardec que
"condenássemos antes os que dela abusam e não a obra de Deus" (O
Livro dos Espíritos, questão 790). Pouco adiante, na pergunta 793, documentaram
o entendimento deles acerca das correções necessárias, ao informarem que
reconheceríamos uma civilização completa "pelo desenvolvimento
moral". E prosseguem: "Credes que estais muito adiantados porque
tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos
alojas e vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente
o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes
banido os vícios que a desonram e puderdes viver entre vós, como irmãos,
praticando a caridade cristã. Até lá, sereis apenas povos esclarecidos, não
tendo percorrido senão a primeira fase da civilização".
A civilização em si não
é um mal e nem pode ser, mas está sendo afetada e contaminada por mazelas
humanas, por turbulências no comportamento dos próprios seres que a
desenvolvem. A receita que a doutrina espírita prescreve para os males da
civilização pode até parecer óbvia e simples demais, mas a questão é que a
verdade é simples e óbvia, embora nem sempre atinemos rapidamente com ela.
Resumem-se tais
prescrições na prática da caridade e do entendimento, em convivência fraterna,
inteligente que dissipe os temores, não identificados alguns e conhecidos
outros, que mantêm uma parte considerável da humanidade em permanente regime de
estresse e de angústia. É esse o diagnóstico da ciência. Ou seja, especialistas
que propõem mecanismos sociais de mútuo apoio e entendimento para exorcizar o
fantasma aterrador do medo generalizado, do qual os mais desesperados fogem
desabaladamente, despencando em abismos tenebrosos, empurrados por drogas
alienantes.
Cresce assustadoramente
a massa de desesperados, criaturas sem raízes, a vagarem sem rumo e sem
destino, arrastados por circunstâncias que não sabem como superar porque não se
empenham em entender a realidade da própria vida. Não sabem, tais pessoas, que
são seres espirituais imortais, programados para a felicidade. Pensam muitos
que são apenas um corpo físico pressionado por necessidades a serem satisfeitas,
por temores de que é preciso escapar, por angústias que têm de ser sufocadas,
quando temores e angústias são consequência e não causa da visão deformada da
realidade.
Muitos dos que nascem em
lares desajustados recorrem aos entorpecentes, mas quem está cogitando aí de
investigar as verdadeiras causas do desajuste e o que fazer para promover
atitudes e medidas de auxílio?
Partem para o uso de
drogas muitos que sofrem de carência afetiva, certo. Mas o que desencadeou
nessas criaturas o doloroso processo de carência? Não seria porque o afeto que
hoje lhes falta eles próprios recusaram-se a doar em outros tempos? Buscam a
alienação da droga os que perderam o endereço de Deus. Nem sabem que pertencem
a uma comunidade de seres imortais ligados por vínculos industrutíveis e
destinados à felicidade em algum ponto na intersecção espaço/tempo.
O problema aflitivo da
droga, não é, portanto, basicamente, um caso de polícia. É um problema
espiritual, distúrbio emocional do ser humano em atrito com as Leis Divinas.
Isto não quer dizer que
devamos condenar aquele que recorre à droga porque rejeita a realidade. Ele
precisa de compreensão e de esclarecimento.
Precisa descobrir sua
própria realidade espiritual, sua condição de ser preexistente, sobrevivente e
imortal, a caminho de perfeição, por mais distante que este se coloque afugentada
pelos desacertos.
Compreensão e
amadurecimento
" O homem não passa
subitamente da infância à madureza" – disseram os espíritos a Kardec.
Para que amadureçam, os
imaturos que recorrem ao processo de fuga proporcionando pelas drogas, precisam
antes do amor que, na sua dinâmica, se converte em caridade. Envolvido pela sua
turbulência íntima, o dependente da droga não está preparado para ser orientado
e rejeitará sumariamente qualquer tentativa de pregação com a qual seja
abordado. Não rejeitará, porém, a abordagem do amor fraterno, que é,
precisamente, o componente pelo qual mais anseia, na tormentosa aflição e
solidão em que vegeta. As multidões que se despedem a cada instante da vida
física e retornam ao mundo invisível, continuam vivas, pensantes e atuantes,
arrastando problemas que não conseguiram solucionar aqui, e que,
lamentavelmente, conseguiram quase sempre agravar. Esta multidão desencarnada
também exerce suas pressões sobre a que ficou na carne por mais algum tempo.
Temos encontrado espíritos que nos falam de suas manobras para levar seres
encarnados a se drogarem, a fim de poderem usufruir uma quota de alienação,
pois eles também estão tentando aflitivamente, fugir da realidade que lhe é
penosa demais para suas estruturas desarticuladas.
O problema das drogas
oferece pois, no enfoque espiritual doutrinário do espiritismo, aspectos
inusitados, surpreendentes e desconhecidos de muitos. O drogado pois, é um
doente espiritual, carregado de problemas cármicos e que se deixa arrastar pela
correnteza da vida na ilusão de que está sendo levado para longe da realidade
que o assusta e aflige. Em verdade, porém, para onde for, aqui ou no mundo
ultradimensional em que irá continuar a viver na condição de espírito, estará
sempre ligado à realidade desagradável, que não é exterior e sim interior, com
raízes profundamente mergulhadas no solo íntimo do passado. Somente através do
amor poderá ele ser instruído acerca dessa realidade, a fim de que,
entendendo-a, fique preparado para aceitá-la e vencer os obstáculos que estão a
bloquear seu caminho rumo à felicidade a que todos temos direito inalienável.
Entendimento e amor fraterno é o que nos recomendou o Espírito da Verdade, com
extraordinário impacto e poder de síntese, numa frase que se tornou antológica.
– "Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o
segundo" – recomendou ele.
Consequências Espirituais
Espiritualmente, os
vícios acarretam vinculações perispirituais, cujas consequências se projetam na
vida espiritual futura, depois que a alma se desprende do corpo físico, com a
agravante de poder ser responsável por doenças cármicas em reencarnações
vindouras.
É oportuno lembrar ainda
que muitos viciados são pessoas dotadas de mediunidade, sofrendo a atuação de
entidades espirituais que se sintonizam com os seus pensamentos e se comprazem
em fazer com que se mantenham no vício e dificultam a sua recuperação,
indicando a necessidade de um tratamento espiritual que deve ser feito
paralelamente ao tratamento médico. Além da modalidade de tratamento, outros
recursos são utilizados, como o passe magnético, a água fluidificada e a
desobsessão, sempre que necessária.
Os vícios evidenciam a
degradação dos seres humanos comprometidos, infelicitando famílias, agredindo a
sociedade e a dignidade humana. Como estão vinculados à alma, constituem um
atraso espiritual das criaturas que se mantêm presas a uma situação que macula
sua própria condição humana.
A Psicologia revela que
a consciência é o substrato secreto da alma que julga os atos de cada um.
Embora presente em todas as pessoas, mantém-se apagada entre os viciados, que
se encontram sob o domínio de ações instintivas que se agigantam, conduzindo
inúmeras criaturas à degradação de sua personalidade, destruindo lares e
traumatizando a sociedade. Segundo Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno, o
ser humano é independente, atuando através da vontade e do livre-arbítrio, para
praticar o bem ou mal, indicando que "o Espírito deve progredir por
impulso da própria vontade, nunca por qualquer sujeição. O bem e o mal são
praticados em função do livre-arbítrio e, consequentemente, sem que o Espírito
seja fatalmente impelido para um ou outro".
O que vale dizer que,
para se preservar dos vícios, a pessoa deve fortalecer os recursos da alma, com
pensamentos positivos e disposição para dar à sua vida uma conotação condizente
com sua aspiração mais nobre.
Ao desencarnar, o
períspirito mantém integralmente as mesmas sensações experimentadas na jornada
terrena. Encontra no mundo espiritual inúmeros espíritos, invariavelmente
similares, em tendências, gostos, graus de evolução. Com eles conviverá. O
toxicômano, em particular, conviverá com desencarnados viciados. Verá que seu
perispírito (igual ao seu corpo físico), está depauperado, destrambelhado,
cheirando mal, repleto de naúseas e mazelas – fome, frio, dor...
Desgraçadamente, terá consciência desses tormentos, de maneira plena e
permanente: não dorme, não desmaia... Fica vagando por regiões cinzentas sem
água, sem sol.
Ficará sofrendo durante
o tempo em que permanecer empedernido no vício.
Ao menor sinal de
arrependimento sincero, ao primeiro pensamento de prece a Deus, significando o
desejo de se corrigir, recomeçar um novo caminho e uma nova dia de reto
proceder, a ajuda divina se apresentará de imediato, na forma de espíritos
dedicados às tarefas socorristas.
A dor é a mestra maior e
último recurso natural para reconduzir o homem ao caminho do Bem. O viciado, ao
desencarnar, percebendo que agora tudo está mais difícil, pois além de não
poder satisfazer a ânsia da droga, ainda está doente, fraco, faminto etc, mais
do que nunca, desejará as drogas.
Carente e sem nenhuma
proteção, ficará à mercê de legiões de malfeitores espirituais. Será sim,
admitido nessas legiões, mas como elemento escravo, desprezível e inferior...
Aprenderá rápido, que só
no plano material poderá dar vazão ao vício. Qual vampiro, poucas vezes sozinho
– quase sempre em bandos – irá aos lares dos toxicômanos encarnados, aderindo
aos mesmos mente a mente, induzindo-os ao consumo das drogas, caso já não o
esteja fazendo. Sem nenhuma reserva moral, em troca de alguma satisfação do
vício, será submetido a uma série de perversidades.
Com o tempo, poderá,
pelo livre-arbítrio, tomar duas atitudes: a) Arrepender-se do mal praticado, do
desrespeito às leis naturais, almejando melhorar de vida. O nível de
sinceridade desse arrependimento determinará a ajuda que virá em seu socorro.
b) Revoltar-se ainda
mais e tornar-se desejoso de vingança contra seus algozes. O desejo de vingança
lhe dará forças para desencadear uma fieira de maldades. Seu poder, ampliado,
atingirá um ponto em que a Justiça Divina considera como saturação, dando um
basta: compulsoriamente retornará à carne. Só que em tristes condições...
Nem poderia ser
diferente!
A dor física e moral,
num corpo deformado e sem defesas orgânicas, será constante em sua vida, como
inigualável recurso educador.
Superando o vício
A superação dos vícios
envolve a colaboração da sociedade, através da formação de bons hábitos de vida
da juventude, que está particularmente exposta aos mesmos. São ações que devem
envolver as famílias, associações esportivas e culturais, as instituições
religiosas e, particularmente, as escolas, baseadas na educação integral,
mostrando aos jovens que eles são seres humanos, são almas viventes,
responsáveis perante a Criação, e que podem superar as tendências que as levam
às ilusórias facilidades na vida.
A educação é uma força
poderosa, que, vivificada pelo exemplo, pelo interesse e pelo esclarecimento no
momento oportuno, pode contribuir para formar criaturas responsáveis, dedicadas
ao trabalho e à solidariedade que devem envolver as atribuições da vida.
Considerando que os
vícios estão relacionados a distúrbios da alma, não se pode esperar que os
mesmos sejam sanados em um curto período de tempo.
A educação espiritual
vai de encontro às necessidades de esclarecimentos da alma, mostrando-lhe sua
natureza e suas possibilidades de ascender a planos mais elevados de
esclarecimento, alcançando sua libertação, de maneira a que se mantenha jungida
pela condição de sobrevivência humana. A educação espiritual visa promover o
crescimento interior do ser humano, que assume nova dimensão de vivência, ao
vencer esse degrau de sua evolução espiritual, tornando-se capaz de dirigir os
seus próprios atos e alcançar planos mais elevados de desenvolvimento.
Tratamento espiritual
Para o tratamento dos
males decorrentes do uso das drogas, a Medicina dispõe de admiráveis recursos
importantes para controlá-los, praticamente em todos os recantos da Terra,
embora esse trabalho não dependa apenas das ações médicas, requerendo da
sociedade muita dedicação, respeito e amor.
Abordando esse problema,
André Luiz, no livro No Mundo Maior, afirma: "A medicina inventará mil
modos de auxiliar o corpo atingido em seu equilíbrio interno; por essa tarefa
edificante, ela nos merecerá sempre sincera admiração e amor, entretanto,
cumpre a nós outros praticar a medicina da alma, que ampare o espírito enleado
nas sombras"... E continua no terceiro parágrafo: "É mister acender,
em derredor de nossos irmãos encarnados na Terra, a luz da compaixão fraterna,
traçando caminhos à responsabilidade individual. Haja mais amor ante os vales
da demência do instinto e as derrocadas cederão lugar a experiências
santificantes".
O tratamento médico
baseia-se fundamentalmente na assistência médica e psiquiátrica. Paralelamente,
deve ser feito o tratamento espiritual aplicado nos centros espíritas, como a
fluidoterapia e demais recursos, tanto na prevenção, como no tratamento das
doenças da alma.
Há muitas pessoas que
procuram o tratamento espiritual e esperam obter a cura imediata, como num
abrir e fechar de olhos, como se fosse um passe de mágica, que as fizesse
voltar à normalidade. Em geral, a cura espiritual requer profundidade de propósitos
e continuidade de ações, que levam à transformação íntima da pessoa diante do
problema que está enfrentando. Essa transformação, também chamada de Reforma
Íntima, é um processo que resulta da educação da alma e requer a completa
adesão do doente ao tratamento instituído.
É a educação que se
realiza com a liberdade de culto e com responsabilidade de propósitos, de
acordo com o conceito segundo o qual Jesus não está enclausurado entra as
paredes de um templo, mas alcança a imensidade do Universo, como Cristo Cósmico
e está presente entre as pessoas de boa vontade que pautam suas próprias vidas
segundo a Lei do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo.
No
vale dos drogados
Relato de uma projeção
astral
Por
Victor Rebelo
Certa noite, já de
madrugada, percebi que estava projetado fora do corpo em um pântano escuro e
tenebroso. Não sei como fui parar lá, mas com certeza fui levado pelos
amparadores espirituais, pois participei de um trabalho de assistência
extrafísica.
O que mais me
surpreendeu não foi o local, mas os espíritos que encontrei lá. Conforme
caminhava, ia passando por vários jovens desencarnados caídos naquele chão
imundo. Escutava gemidos e uma energia de medo e dor vibrava no ambiente.
Muitos espíritos puxavam minhas pernas, outros estavam completamente
atordoados, indiferentes à minha presença.
Andei um pouco por
aquela multidão de infelizes. Todos pareciam ainda estar sob o efeito das
drogas, completamente sugados em sua vitalidade, sem forças para se levantar.
Em determinado momento,
senti a necessidade de me sentar no chão, mesmo sem saber ao certo o motivo.
Logo que fiz isso, uma jovem aparentando uns 19 anos, loira, aproximou-se de
mim muito amedrontada. Não sabia onde estava nem o que estava acontecendo. Sentou-se
ao meu lado e me abraçou, na ânsia de se proteger daquilo tudo.
Não sei quanto tempo ela
ficou abraçada em mim. Na verdade, a percepção do tempo varia de acordo com o
plano em que nos manifestamos. Só sei que fui me sentindo cada vez mais fraco,
até perder a consciência e despertar no corpo físico.
O que aconteceu é fácil
de entender. Fui levado pelos amparadores à uma região umbralina onde muitos
espíritos que desencarnaram devido ao uso de drogas estavam reunidos, de acordo
com a lei de afinidade. Muitos espíritos ainda ficam sob o efeito de drogas
devido à ligação energética que têm com seus corpos e com a energia de
determinada droga. Suas mentes estão cristalizadas no vício, fazendo com que
fiquem por tempo indeterminado naquelas regiões. Mas alguns, devido ao próprio
carma ou a uma vontade sincera, se encontram em condições de sair desses
lugares e buscar apoio nos hospitais extrafísicos. Era o caso daquela jovem. É
bem provável que ela tivesse desencarnado por overdose recentemente e por isso,
seu corpo astral estava muito denso. Como se encontrava fraca, somente alguém
encarnado, temporariamente afastado do corpo poderia doar energia vital mais
densa, para que ela pudesse ser tratada posteriormente pelos amparadores, que
devido ao plano de manifestação, irradiam energias mais sutis.
É claro que nem todos os espíritos que desencarnam sob o vício das drogas se dirigem a este vale. Cada
caso é um caso. Tudo é uma questão de afinidade.
Este artigo e a imagem
foram publicados na Revista Cristã de Espiritismo,
edição 32.
Fonte:http://minhateca.com.br/margareth.alberico/*23+Espiritismo/Biblioteca/Apostilas+*26+Artigos/%28+Espiritismo%29+-+*23+-+Xerxes+P+Luna+-+As+Drogas+E+Suas+Implicacoes+Espirituais,274685.doc
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