Drogas: Causas, Consequências e Recuperação
VALCI SILVA-PSICÓLOGO ESPECIALISTA EM:PSICOLOGIA CLÍNICA
PSICOLOGIA ESCOLAR-DEPENDÊNCIA QUÍMICA
No movimento espírita, local e regional, faz parte da USE Intermunicipal de Tupã (foi seu presidente por 9 (nove) anos consecutivos), é trabalhador da Casa Espírita Irmã Isabel. Expositor espírita atuante. Realiza os programas de Rádio e TV “Momento Espírita”.
Atualmente exerce o papel de conselheiro, estando como presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, pela segunda gestão consecutiva. É Psicólogo do Ambulatório de Saúde Mental de Tupã e foi seu coordenador de fev/2007 à fev/2009. Atualmente exerce a função de Coordenador da Área de Dependência Química. É vice-presidente da Casa Espírita Irmã Isabel (tendo sido seu presidente por 21 anos). Atualmente exerce o cargo de Diretor do Departamento de Doutrina da USE Intermunicipal de Tupã.
A Sociedade e as Drogas
Em todos os tempos a humanidade se deparou com o problema das drogas. No entanto, na atualidade nunca se viu tantas situações, acontecimentos e dramas na sociedade, portanto, oriundos do meio familiar. Quais são as causas e razões destas ocorrências? Primeiro relatemos um pouco de história sobre as drogas.
Há mais de quatro mil anos atrás os Sumerianos (atual Irã) já utilizavam a Papoula de Ópio, denominada a “planta da alegria”, que utilizavam com a finalidade de um “contato com os deuses Num tempo mais anterior ainda, o povo Cita (Habitantes do rio Danúbio/rio Volga – Europa Oriental), queimava a maconha (cânhamo) em pedras aquecidas e inalavam os vapores dentro de suas barracas ou tendas. O Ópio (Morfina/Anestésico) incentivado na Guerra Civil Americana (1776) era utilizado para fornecer alivio à dolorosa vida dos soldados. Durante a segunda guerra, receitas de anfetaminas - estimulantes – Fenpreporex - eram utilizadas para combater a fadiga. Na atualidade, é largamente utilizado – apesar de ser proibido o seu uso e comercialização no Brasil, por pessoas que pretendem emagrecer, especialmente mulheres. Em 1890, iniciou-se a livre comercialização de vinho, elaborado com extratos de coca e xaropes. Em 1914, nos Estados Unidos deu-se a proibição da livre negociação das bebidas alcoólicas, - que durou por 13 anos, com isto iniciou-se o mercado negro ilícito. Como tudo que é proibido se torna um atrativo, a indústria americana de bebidas, à época faturou cerca de 200 bilhões de dólares.”. Em nosso tempo presente, existe um largo consumo de Fluoxetina (ansiolítico/antidepressivo) droga denominada de “a pílula da felicidade”. Pode-se perguntar: Felicidade de quem? Do usuário ou do Laboratório que a produz?
Muitas pessoas se questionam. Mas afinal o que levam pessoas a se envolverem com as drogas? Se elas causam tantos males, porque envolver-se com elas? Se já se conhece os seus malefícios porque envolver-se com elas? Dentre algumas razões, nós podemos citar quatro delas. De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde: 1) Pessoas que não tem informações adequadas sobre as drogas, ou seja, aquelas que não conhecem as conseqüências de seu uso. E, convenhamos, a desinformação ainda é muito grande, quando não fantasiosa, como, por exemplo, aqueles que ainda crêem que maconha faz menos mal do que cigarro. 2) Pessoas que se encontram insatisfeitas com sua qualidade de vida. Neste caso consideramos tanto as pessoas que vivem em carência geral como aqueles que vivem com excessos de toda ordem. Caso fosse apenas um problema de carência social, os chamados ricos não se envolveriam com as drogas. Portanto, a droga tornou-se um problema geral da humanidade, independente da condição sócio-econômica ou cultural. 3) Pessoas pouco integradas na família e na sociedade. Neste item a situação é específica, ou seja, desestruturas familiares, insatisfações de toda ordem podem levar pessoas ao contato, ao uso e ao abuso das drogas, como mecanismo de fuga de uma triste realidade e finalmente; 4) O fácil acesso às drogas é outro fator importante para seu uso. Aqui nos perguntamos. Porque não aplicamos em nossas vidas o sábio ensinamento de Jesus quando enuncia “conheça a verdade e ela vos libertará?” Todos sabemos o quanto é fácil e barata determinadas drogas, até mesmo sabemos dos pontos em que são vendidas em nossas cidades. Apenas fazemos de conta que não sabemos, inclusive as autoridades, numa covarde omissão de responsabilidade social.
Mas a grande e real verdade para que pessoas se envolvam com drogas é o fato de algumas delas – principalmente as drogas psicoativas, ou seja, as que ativam o psiquismo das pessoas, causarem prazer. (todas as substâncias químicas alteram o funcionamento do organismo) Está é a grande verdade, o prazer proporcionado por estas drogas. Em nossa atual sociedade a busca pelo prazer tornou-se frenética, quando não o único fim para muitas pessoas.
Uma pergunta se faz necessária. Onde as crianças e os jovens começam a aprender o que é ou a usar drogas? Fora de casa? Com amigos da escola? Não. Infelizmente isso começa a acontecer, dentro do lar, quando observam os adultos em busca de tranqüilizantes ao menor sinal de tensão ou nervosismo. Aprendem o que é dependência quando observam como seus pais têm dificuldades em controlar diversos tipos de comportamentos, como, por exemplo, comer de modo exagerado. Aprendem também o que é droga quando ouvem seus pais dizerem que precisam de três xícaras de café para se manterem acordados, ou ainda quando precisam fumar uma cigarrinho, ou tomar uma dose de uma bebida. Por outro lado, quando pessoas não encontram na família, nos amigos e nos parceiros as respostas para suas necessidades, então recorrem às drogas como alternativa, sem se aperceberem do preço que terão que pagar por esta atitude.
Por isso é de extrema importância termos lares estruturados em cima da fraterna convivência, tolerantes e abnegados uns com os outros, colaborando para que todos possam crescer principalmente no campo das emoções, onde se possa aprender a elaborar os sentimentos, pois toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende à maneira de como olhamos o mundo fora e dentro de nós, podendo nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com nosso código moral modelado na intimidade de nosso psiquismo. Talvez, você querido (a) leitor (a), ao fazer esta leitura se questione: “Como fica a questão do livre arbítrio de a criatura humana buscar formas de prazer de acordo com seu interesse, gosto e conveniência?”. Muito simples. Cada um responderá pelos próprios atos e ações. Somos livres para qualquer empreitada em nossas vidas, mas conseqüentemente responsáveis pela colheita da semeadura.
Por isso se faz importante lares harmoniosos e organizados, dentro do respeito e do amor uns pelos outros. Afinal de contas, Jesus pediu-nos simplesmente que nos amassemos uns aos outros. Somente assim seremos uma humanidade melhor. E desta forma haveremos de banir as drogas do mundo e conseqüentemente todos sofrimento ocasionado por ela.
VALCI SILVA
Resumo do Livro "Drogas: Causas, Consequências e Recuperação"
Capítulo 1 – Falando sobre drogas
Conceituamos o que é droga e definimos uma classificação do uso e do consumo e um breve histórico sobre as drogas na história da humanidade.
Abordamos a complexidade das razões e do por que de alguém fazer uso de drogas, as situações possíveis para se drogar, numa análise das peculiaridades das personalidades humanas no envolvimento com as drogas. Instrução do que fazer diante da constatação do uso de drogas no meio familiar. Definimos o que é dependência e suas conseqüências. Apresentamos um quadro das categorias de drogas existentes, com uma sintética abordagem das conseqüências e cada uma das drogas.
Capítulo 2 – A família, a Sociedade e as Drogas
Neste capítulo avaliamos algumas condutas dos pais – o que fazer e o que não fazer – diante da constatação de um filho ou membro familiar estar fazendo uso de drogas. Analisamos importantes variáveis no uso e abuso de drogas, tais como características pessoais, peculiaridades de personalidade, frustrações, imediatismo do prazer, etc.
Capítulo 3 – Alcoolismo, Mitos e verdades
Apresentamos um retrospecto histórico do álcool em todos os tempos, incluindo o período pré-bíblico da humanidade, onde se conhecia fatos de embriagues. Sendo que até antes de 1750 a produção de álcool era toda artesanal. Com o advento da Revolução Industrial, passou a ser em escala industrial, em grandes quantidades, com a conseqüente diminuição do preço e o acesso a ele, como até hoje, tornou-se muito fácil. Analisamos os mitos (mentiras) que viram verdades através da história humana, como por exemplo, o mito de que o álcool não é uma droga, mas um alimento. É uma droga e das mais consumidas pela humanidade em todos os tempos, inclusive na atualidade. Na seqüência analisamos a questão do uso e do abuso do álcool, nos aspectos mental, físico e social. Abordo a discussão do ponto de vista da Doutrina Espírita sobre o uso do álcool. Perguntamos nesta parte do livro: Qual é o principal motivo da negligência das autoridades do mundo quanto ao problema nocivo do álcool? Esclarecemos que não há interesse predominante e deliberado de extinguir esse flagelo, quando os próprios homens responsáveis pela sanidade da vida humana teriam de primeiramente extingui-los em si mesmo.
Capítulo 4 – O que é tabagismo
Apresentamos um panorama global do tabagismo moderno e antigo, abordando retrospectivamente a história do aparecimento do tabaco e do cigarro na humanidade. Análise e reflexão da influência familiar no uso e consumo de tabaco, especialmente onde os pais são fumantes. O papel da forte influência da mídia na sociedade, especialmente e ostensivamente sobre os mais jovens.
Uma breve definição do que é a dependência tabágica e suas conseqüências. Apresentamos um quadro de 56 possíveis doenças ocasionadas pelo tabaco, incluindo nesta listagem 17 tipos de cânceres.
Definimos claramente a nicotina como uma droga, comprovadamente viciante, levando as pessoas ao seu abuso de consumo e suas implicações na saúde como um todo, incluindo a saúde pública que gasta bilhões de reais ao ano para tratar e cuidar de dependentes da nicotina. Apresentamos toda a estrutura do programa de atenção ao tabagista, por nós utilizados na saúde pública de Tupã, com o propósito de que as pessoas abandonem o vício.
Capítulo 5 – Drogas: Conseqüências Espirituais
Apresentamos um retrospecto ao leitor não espírita sobre os princípios fundamentais da Doutrina Espírita e suas implicações para a alma encarnada e conseqüentemente após o desencarne, abordando a vida do espírito na erraticidade espiritual. Avaliamos a questão do livre arbítrio de que somos portadores e as conseqüências do mau uso que se possa fazer desta oportunidade existencial. Contemplamos o leitor com um artigo em que Francisco Cândido Xavier, em desdobramento, contempla na espiritualidade as razões pelas quais a humanidade do presente está tão envolvida com a problemática das drogas e suas conseqüências atuais. Apresentamos textos de André Luiz sobre as conseqüências do desregramento do homem quanto às drogas e suas implicações físicas e mentais e pós desencarnem para a alma, além das implicações obsessivas que as drogas podem provocar levando a criatura a atos de crueldade, suicídio e malefícios de toda ordem. O vampirismo provocado por espíritos desencarnados, que ainda necessitam das drogas, levando o viciado encarnado ao excesso do uso e muitos à overdose da morte.
Capítulo 6 – Drogas: O que fazer no Centro Espírita
Postulamos a idéia de que a casa espírita precisa estar preparada para o atendimento fraterno tanto do encarnado, quando do desencarnado, dependente de drogas, através da lógica das vidas sucessivas, levando-os à compreensão e aceitação da sua imortalidade.
Sugerimos algumas iniciativas importantes, com base nos princípios espíritas, para afastar o viciado em drogas, tais como promover reuniões com palestras e debates sobre drogas, envolvendo pais, filhos e o público em geral. Discutir com os jovens, em pré e mocidades e infância, os problemas que envolvem a vida do espírito encarnado, através de temas que tocam os jovens de perto, como sexualidade, namoro, gravidez, AIDS, drogas, etc.
Acreditamos firmemente na idéia de que o Centro Espírita possa incluir em suas atividades pessoas que estão envolvidas com as drogas, desde que haja um sólido acompanhamento de pessoas que saibam lidar com esta realidade, ao invés de discriminarmos e rejeitarmos os que assim se encontram. Estimular os familiares do viciado à prática do Evangelho no Lar, etc. Finalizamos esclarecendo que no dialogo fraterno com o viciado e seus familiares, podemos colocar à disposição deles os recursos auxiliares do tratamento espiritual: passe, água fluída, desobsessão e reforma íntima.
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